Os cientistas cruzaram a linha de chegada em tempo recorde: criaram vacinas capazes de derrotar o coronavírus. Mas na maratona da imunização, o Brasil ainda precisa de muito fôlego.
O painel "Monitora Covid", da Fundação Oswaldo Cruz, mostra que a velocidade da vacinação está diminuindo.
Na semana de 1° a 7 de março, o Brasil vacinou uma média de 240 mil pessoas por dia. Na semana seguinte, de 8 a 14, esse número caiu para 211 mil - uma média diária de 29 mil pessoas a menos.
Reflexo da falta de vacinas. No Rio, por exemplo, o calendário parou nos 75 anos na sexta-feira (12). Por enquanto, a vacinação continua para os que estão recebendo a segunda dose.
Em Teresina, o calendário também empacou, e, em Macapá, vacinação só para a segunda dose.
A Fiocruz calcula que, nesse ritmo, vamos precisar de 938 dias para aplicar a primeira dose em toda a população a partir dos 18 anos. Ou seja, dois anos e meio.
“A gente está com uma velocidade de aplicação muito baixa. Então, a gente precisa aumentar essa velocidade de vacinação. A gente precisa criar uma meta. Importante que o Brasil tente colocar uma meta e cumprir essa meta. Assim como foi observado no governo Biden, nos EUA. Uma meta de chegar ao fim do ano com toda a população vacinada, a gente precisaria da aplicação de cerca de 1,5 milhão de doses diárias”, comentou Diego Xavier, epidemiologista do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz.
E temos condições até para mais - é o que diz o professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Gonzalo Vecina. Ele fez as contas.
O Brasil tem uma estrutura de vacinação invejável - são 38 mil postos espalhados pelo país, todos com um refrigerador e pelo menos 1 técnico de enfermagem. Se cada posto aplicar 6 vacinas por hora, durante oito horas por dia, em 20 dias úteis, teríamos 36,48 milhões de pessoas vacinadas. Em dez meses, toda a população acima de 18 anos já teria recebido as duas doses.
A vacinação lenta e inconstante traz consequências cada vez mais graves. O número de infectados e mortos aumenta. Também aumentam as chances de surgirem novas variantes do coronavírus. E a economia, claro, não consegue ser saudável num país que está doente.
“Se não fosse pelo Butantan e pela Fiocruz, estaríamos numa situação muito ruim. A economia vai sofrer muito mais, porque, se nos demorarmos para vacinar, nós vamos continuar tendo gente morrendo, e não participando da recuperação econômica”, alertou Vecina.
“A gente precisa, sim, de um leque maior, uma opção maior de vacina para a gente conseguir vacinar a nossa população o quanto antes. Até lá, a única opção que a gente tem é diminuir a curva de contágio. Do contrário, mesmo que a gente consiga vacinas, a gente vai ter um volume muito alto de pessoas mortas, quando a gente já tiver a disponibilidade dessa vacina para essa população”, explicou Diego Xavier. Do Jornal Nacional
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Fiocruz prevê mais de 2 anos para imunizar todos com mais de 18 anos
Reviewed by Redação
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15.3.21
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