Por José Filho, jornalista
Da primeira morte por covid, em Patos, no dia 31 de março até está quinta-feira (3) se passaram 217 dias, o equivalente a sete meses e três dias. Nesse intervalo de tempo, chegamos a marca das 100 mortes por Covid-19.
Também nesse período, houveram muitos acontecimentos. O comércio fechou, praças e pontos turísticos se esvaziaram, igrejas e bares foram fechados, shoppings trancaram as portas, eventos tradicionais deixaram de acontecer como o são João e festa de Nossa Senhora da Guia (parcialmente).
Depois de algum tempo isoladas, as pessoas começaram a sair aos poucos. Meses depois, parte do comércio foi reaberto e logo começou a pressão por parte de empresários para que bares e casas de festas também fossem liberados.
Outubro chegou e parecia que o vírus havia ido embora. Muita aglomeração na rua, bares lotados, festas com aglomerações nas praças, pessoas nas ruas do centro sem máscara... A rotina de antes havia voltado ao antigo normal.
Chegaram as eleições. Definitivamente, todo mundo esqueceu o coronavírus. Carreatas, aglomerações, políticos dando o mau exemplo, comícios receberam o nome de 'plenárias', caminhadas... E, logo depois, o fatídico resultado disso tudo!
A curva da pandemia, que vinha numa decrescente, voltou a subir. E subiu tanto e tão rápido que a segunda onda conseguiu ser mais agressiva em poucos dias do que logo no início da pandemia.
Falta de empatia? Escassez de amor pelo próximo?
A semana em que Patos atingiria o triste patamar das 100 mortes começou com um triste alerta: o Complexo Hospitalar Regional atingiu 95% de ocupação dos leitos de UTI na última terça (1°). Mas não houve conscientização por parte da população.
No dia em que a capital do sertão atingiu 100 mortes por covid, duas pessoas conhecidas da população foram as vítimas: o aposentado Wilson de Medeiros Costa, de 83 anos e o empresário Daniel de Azevedo Vasconcelos (Maganagi).
Além de Danilo da Farmácia, a primeira vítima em Patos e na Paraíba, nos deixaram vítimas do vírus tantas pessoas entre anônimos e figuras públicas, a exemplo do ex-prefeito Dinaldo Wanderley, o médico Orlando Damascena, entre outros.
Em meio a tudo isso, um questionamento se faz: quantas mortes a mais serão necessárias para que a população entenda de vez a necessidade de aceitar que se proteger é um ato de amor por si e pelos outros?
100 mortes! 100 histórias! Patos está de luto!
LUTO: 100 vidas, 100 histórias em 217 dias. Patos chora!
Reviewed by Redação
on
3.12.20
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