Manifestação contra o governo reúne milhares em Porto Alegre

Vista aérea da concentração no Parcão (Foto: Reprodução/RBS TV)

Uma manifestação contra a presidente Dilma Rousseff, o governo, o PT e a favor do impeachment reuniu milhares pelas ruas de Porto Alegre na tarde deste domingo (15). O grupo que se reuniu no Parcão saiu em caminhada pelas ruas da cidade, passou pelo Parque da Redenção e retornou ao Parcão já no fim da tarde, quando começou a dispersão. Segundo a Brigada Militar, a Secretaria de Segurança Pública do RS e os organizadores, cerca de 100 mil pessoas participaram do ato.

Ao final da manifestação, no Parcão, o organizador do protesto, Fábio Ostermann, representante do Movimento Brasil Livre no Rio Grande do Sul, afirmou que o protesto superou as expectativas.

"Demonstra que o governo passou dos limites. Todos vieram de forma pacífica, de livre e espontânea vontade. Não temos grandes partidos ou sindicatos por trás. Queremos um país livre de corrupção. Sabemos que o impeachment depende do Congresso, mas o povo nas ruas é um sinal para eles [políticos]", afirmou.

A Brigada Militar concedeu uma entrevista coletiva no local ao final da marcha. O comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC), tenente-coronel Ikeda, afirmou que não houve registros de brigas ou prisão na manifestação.

"Os manifestantes vieram com espirito pacífico, não vieram pela briga, o que colaborou para não termos nenhuma ocorrência durante todo trajeto", avaliou Ikeda. A Brigada Militar trabalhou com 650 homens o longo da manifestação, que percorreu 4,8 quilômetros na marcha.

Apesar de o ato estar marcado para as 15h, os primeiros manifestantes começaram a chegar ao Parcão durante a manhã. Vestindo em sua maioria verde e amarelo, eles levavam faixas e cartazes que pediam a saída da presidente Dilma Rousseff, criticavam o PT e pediam o fim da corrupção.

Por volta das 14h, o trânsito na Avenida Goethe foi bloqueado nos dois sentidos, impedindo a circulação de veículos. Com os carros de som posicionados no local, os manifestantes ocuparam os dois lados da avenida em um ato pacífico. Eles usaram apitos para fazer barulho. A concentração também ocorreu na passarela de pedestres que fica acima da via. Por volta das 15h, o grupo foi retirado do local para evitar risco de desabamento.

O grupo saiu em marcha, passando pela Avenida Goethe, pela Vasco da Gama e seguiu pelas ruas da cidade até chegar ao Parque da Redenção, onde durante a manhã um grupo pró-Dilma organizou um ato chamado "Coxinhaço", em que criticava a manifestação da tarde.

Manifestantes gritavam: "Impeachment", "Fora PT", "Dilma renuncia", "Fora PT" e "Alguém acha que a Dilma não sabia de nada?". Nas faixas, frases como "Impeachment já", "Mais Brasil, menos PT", "Mais solidariedade, menos corrupção" e "Justiça".

O estudante Rodrigo Bierdorf, de 23 anos, estava com os amigos na caminhada. "Nosso protesto é contra tudo que está acontecendo, contra a corrupção, contra um governo corrupto. De forma pacífica", disse. Já a dentista Maiara Fumagali, 22 anos, diz que é contra o PT. "Meu protesto é contra o PT, mas também contra toda a política, que está de cabeca para baixo"

A aposentada Terezinha Soares, de 80 anos, é uma das presentes ao ato. "Já está mais que na hora desse povo sair do poder. Há dez anos eu estava nas ruas a favor do Lula. Hoje, sou socialista desiludida, enganada por quem promete e não cumpre", criticou.

Em meio à maioria que pedia a saída da presidente, foi possível encontrar cartazes pedindo intervenção militar. É o caso de Maria Rigotto, 66 anos, que defendia o ato. "Essa é a única solução. Intervenção militar já. Só os militares tem a força que a gente precisa, a disciplina que a população precisa. Só assim vai melhorar"

Desde a manhã, havia pessoas circulando pelo local usando as cores do Brasil e com cartazes pedindo reforma política, mais saúde, entre outras reivindicações.

G1