Antes do início do conclave, o cardeal arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB, dom Raymundo Damasceno, fez um rápido perfil, em conversa com o Blog, sobre alguns purpurados que são citados como papáveis.
Num momento de muita especulação, a análise de dom Damasceno sobre seus colegas do Colégio de Cardeais passa a ser uma fonte segura para quem deseja conhecer alguns nomes que surgem como favoritos. Confira abaixo alguns nomes.
O arcebispo italiano Gianfranco Ravasi, que tem cargo equivalente ao de ministro da Cultura do Vaticano.
“É um cardeal que está a frente do Pontifício Conselho para a Cultura. Tem a sua origem em Milão. Foi professor na Universidade Católica de Milão. Um cardeal de uma cultura muito vasta, muito grande. Sua formação é biblista, tem uma facilidade muito grande de comunicação. Hoje é um dos cardeais mais conhecidos em Roma pela sua produção literária. Você encontra em todas as livrarias católicas, e mesmo em outras livrarias em Roma, livros de autoria do cardeal Ravasi. Sem dúvida nenhuma é um cardeal muito capaz e muito culto. Preparado. Conhecedor das línguas orientais, línguas modernas. Já tive contato com ele em vários momentos, Portanto é um perfil muito interessante também, que certamente os cardeais terão em conta também.”
O arcebispo de Milão, Angelo Scola.
“Foi cardeal em Veneza, uma sede que tem dado muitos papas à Igreja. Basta lembrar do papa João Paulo I, Papa João XXIII. Hoje é arcebispo de Milão, que é uma das arquidioceses mais importantes da Itália, senão a mais importante. Ali tiveram grandes bispos, grandes cardeais, a começar pelo cardeal antecessor do cardeal Scola, o cardeal Dionísio Tettamanzi, um grande cardeal. Cardeal Martini, um grande cardeal da Igreja. E hoje esta ai o cardeal Angelo Scola, que também é muito conhecido no mundo da Igreja, é um bom teólogo. Tem algumas publicações. Tem a experiência pastoral de governar grandes dioceses, no caso Veneza e atualmente Milão. De modo que é um cardeal que se destaca no Colégio de Cardeais.”
O arcebispo de Viena, Christoph Schönborn.
“Cardeal dominicano, um religioso, um teólogo muito conhecido pelos seus escritos. Lecionou na universidade de Munique, onde o Papa Bento XVI foi arcebispo. É da mesma formação do cardeal Ratzinger. Vem exercendo seu magistério na Igreja de Viena, uma sede muito importante, embora o fato da Áustria ser um país muito secularizado, sem dúvida nenhuma. Mas ele tem feito um grande governo pastoral na arquidiocese de Viena. Creio ser um dos nomes que se destaca hoje no Colégio dos Cardeais, pelo seu preparo teológico, pela sua influência no continente europeu.”
O cardeal canadense Marc Ouellet, que estava no comando da Congregação para os Bispos.
“É um cardeal muito conhecido. Para os latino-americanos, ele tem um aspecto muito favorável aos que são da Igreja na América Latina e no Caribe. Ele viveu na Colômbia muitos anos, pelo menos 12 anos, como professor de teologia, inclusive no seminário de Bogotá. Depois voltou para o Canadá, foi para Roma e nomeado secretário do Pontifício Conselho para a União dos Cristãos, que cuida do diálogo ecumênico. Logo em seguida, permaneceu por uns dois anos e foi transferido para Quebec, como arcebispo de Quebec. Ele é doutor em teologia. É uma pessoa muito próxima do Papa Emérito Bento XVI. Fala diversas línguas. Esteve em Aparecida na nossa conferência no ano passado, para dirigir o nosso dia de espiritualidade na 50ª Conferência do episcopado brasileiro. De modo que é um cardeal muito competente, muito capaz.”
Cardeal de Aparecida faz um perfil dos papáveis
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